Em cima do muro: pe. Fábio comenta PL 122/06
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07/06/2011 por Everth Queiroz Oliveira
Contra o quê estamos lutando? Precisamos sempre nos perguntar quem é o inimigo, se não caímos no perigo ou de minimizar a importância da batalha, ou de ferir o alvo errado.
E qual a tendência do homem moderno? Seria ferir o alvo errado?
É certo que não. Pelo menos é a conclusão a que chegamos se notarmos presente na atmosfera do século XXI uma tendência ao pacifismo, àquela ideia de que não se deve declarar guerra a nada, como se todas as coisas fossem boas, aceitáveis e dignas de respeito. Não é este o caminho que o Cristianismo nos oferece. Porque a religião cristã é, em sua essência, intolerante (que me perdoem os politicamente corretos). Em nome da “paz” – termo do qual muito se tem abusado ultimamente – um número assustador de cristãos tem se esquecido disso. Sim, há católicos cautelosos; mas também há os covardes. Nestes, porém, os pedidos de respeito à “dignidade” do outro não soam como medo de errar o tiro, mas como receio de ir para a guerra. Triste.
Provavelmente você já assistiu ao padre Fábio de Melo comentando o PLC 122/06, aquele projeto que criminaliza o que os líderes do movimento gay chamam de “homofobia”. Se não assistiu, urge que continue sem assistir (não perca seu tempo). O que ele faz é ficar repetindo ad nauseam que “eu não tenho o direito de usar de palavras agressivas que venham ferir a dignidade das pessoas”, como se fossem os que ele chama de “fundamentalistas” os responsáveis majoritários por atos de agressão a homossexuais ao redor do mundo.
Arte: Emerson de Oliveira
A propósito, qual o conceito de agressão? Será que qualquer palavra ou atitude que fira o orgulho de alguém deve ser considerada uma agressão? Será que os fariseus também não se sentiram agredidos quando Cristo chamou-lhes de hipócritas? Será que o processo de conversão não passa pela humilhação? A propósito, alguém viu o filme do Padre Pio? E alguém se lembra daquele momento em que o santo de Pietrelcina dá um tapa – isso mesmo! – na cara de um homem viciado em jogos de azar? Sem aquele momento – que certamente muitos “defensores dos direitos humanos” hoje chamariam de agressão, ofensa, injúria et cetera – aquele homem provavelmente jamais teria salvado sua alma. E aí?
“O bêbado causa menos sofrimento direto à comunidade do que o orador local”, diz G. K. Chesterton. Os lobos devoram as ovelhas enquanto os pastores fazem vista grossa à sua ação. Quem ama verdadeiramente o rebanho parte para a guerra, pois não quer ver o rebanho morto; quem não vai para o combate, é negligente e não tem verdadeira caridade.
Caridade de fato, lembra-nos o doce Cristo na Terra, só pode ser vivida na verdade. “Só na verdade é que a caridade refulge e pode ser autenticamente vivida. A verdade é luz que dá sentido e valor à caridade. Esta luz é simultaneamente a luz da razão e a da fé, através das quais a inteligência chega à verdade natural e sobrenatural da caridade: identifica o seu significado de doação, acolhimento e comunhão. Sem verdade, a caridade cai no sentimentalismo. O amor torna-se um invólucro vazio, que se pode encher arbitrariamente. É o risco fatal do amor numa cultura sem verdade; acaba prisioneiro das emoções e opiniões contingentes dos indivíduos, uma palavra abusada e adulterada chegando a significar o oposto do que é realmente” (Caritas in Veritate, n. 3).
Rezemos pelo clero.
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